Conceitos-chave da Bienal de São Paulo 2025

Decolonialidade, deslocamentos e arquivo vivo: debates centrais e sua relevância para o colecionismo contemporâneo
A 36ª Bienal de São Paulo, em cartaz no Pavilhão Ciccillo Matarazzo, reafirma seu papel como uma das mais importantes plataformas de debate e experimentação da arte contemporânea no mundo. Mais do que uma grande mostra, a Bienal se consolida como espaço de formulação de conceitos que atravessam a produção artística atual e orientam tendências no cenário global.
Entre os eixos centrais desta edição, três conceitos se destacam: decolonialidade, deslocamentos e arquivo vivo.
Decolonialidade
A decolonialidade questiona as estruturas de poder, conhecimento e cultura herdadas do colonialismo. No contexto da Bienal, esse conceito se manifesta em obras que recuperam vozes silenciadas, reconstroem memórias coletivas e tensionam narrativas oficiais.
Para o colecionador, compreender esse debate significa reconhecer como a arte contemporânea se posiciona frente a urgências históricas e sociais, apontando para produções que ganham legitimidade no mercado justamente por sua relevância crítica.
Deslocamentos
O conceito de deslocamentos não se limita à ideia de mobilidade física. Ele envolve trajetórias culturais, históricas e simbólicas: movimentos de migração, exílio, travessias e encontros. Obras que lidam com deslocamentos ampliam o repertório do público, convidando-o a refletir sobre pertencimento e identidade em um mundo de fronteiras em constante transformação.
Para o colecionismo, esse eixo sugere atenção a práticas artísticas que exploram essas mobilidades, revelando como deslocamentos se tornam chave para compreender a arte em sua dimensão global.
Arquivo vivo
Mais do que um repositório estático, o arquivo vivo é entendido como uma memória em constante ativação. Obras que exploram esse conceito tratam registros, documentos e narrativas como matéria em transformação, reconfigurada pelo olhar contemporâneo e aberta a novas leituras.
Colecionar obras nesse campo é acompanhar práticas que não apenas preservam histórias, mas também as projetam em direção ao futuro, ampliando o valor simbólico e crítico do acervo.
A Bienal de São Paulo 2025 confirma sua relevância como espaço de tendências e debates. Ao trazer à tona conceitos como decolonialidade, deslocamentos e arquivo vivo, a mostra não apenas ilumina a produção artística contemporânea, mas também oferece ao colecionador uma oportunidade estratégica: observar de perto os eixos que orientam a legitimação de artistas e discursos no cenário internacional.
Mais do que contemplar obras, estar na Bienal é vivenciar um laboratório de ideias que transformam a forma de colecionar e compreender a arte no presente.
Para aprofundar essas discussões, a Vitrina Arte promoverá uma visita guiada à 36ª Bienal de São Paulo, no dia 18 de setembro, as 10:30h com mediação especializada. Uma oportunidade exclusiva para explorar conceitos e obras em detalhe, ampliando o olhar crítico e estratégico sobre a arte contemporânea.